Qual o último filme que você assistiu? 4: O Retorno
Homossexual Edition
All aboard the Lost in Translation train
fernandeath escreveu: (07-04-2017, 06:58 AM)Atrasado voce ein Ega
Quem viu esse filme anos atrás até entendo dar uma nota alta, mas flawless ? Peraí

O que mudaria ver anos atrás pra hoje? Achei um romance caralhudo o bastante pra desbancar vários outros que vi recentemente e mais antigos também.

Achei que a fórmula de filme passeio tá num modelo ideal aqui. Não pende demais pra história pointless nem pra uma arquitrama que mata a espontaneidade do casal. Sensacional demais.
100 para Antes do Amanhecer Loles

O melhor filme da série é, claramente, o último.

E mesmo assim não é essa coca cola toda.
Ega escreveu: (06-04-2017, 06:27 PM)
[Imagem: DfL4Kx7.png]

Sublime em sua sinceridade e certeiro em sua execução. Um dos melhores Romances de todos os tempos.

Before Sunrise (Antes do Amanhecer): http://cinegrandiose.com/2017/04/06/befo...mpressoes/

Filme Foda!!
Adoro os 2 primeiros. O terceiro achei piorzinho!
kyoscaum escreveu: (07-04-2017, 02:55 PM)O melhor filme da série é, claramente, o último.

Viana escreveu: (07-04-2017, 04:20 PM)O terceiro achei piorzinho!
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CaRoL_ escreveu: (07-04-2017, 10:44 AM)All aboard the Lost in Translation train

And here comes the review!

[Imagem: lost_in_translation_ver2.jpg]

Lost in Translation é o tipo de filme cuja mensagem é fácil de ser percebida. É o famoso caso de "boas intenções". Só se esqueceram q delas o inferno tbm está cheio.

Eu adoro filmes intimistas sobre solidão, q se esforçam por passar os pensamentos e sentimentos dos personagens de forma implícita, sem ter de necessariamente recorrer a uma explicação mastigada para tudo. E o filme até faz isso em muitos momentos, vc entende perfeitamente q os dois protagonistas vivem casamentos desgastados, estão se sentindo sozinhos num país estrangeiro (e a ausência de legenda dos japoneses falando reforça essa sensação de não ter com quem se comunicar, como entender o mundo ao seu redor).

Tbm é perfeitamente compreensível pq os dois se aproximam, é uma decorrência de todos os fatores citados acima.

Porém, o filme falha naquilo q é mais importante em um romance desse estilo: mostrar mudança interior gradual nos personagens conforme eles vivem situações cotidianas. O filme mostra o tempo inteiro dois personagens entediados com suas vidas q dividem a sua chatice e ausência de motivação, o q resulta em uma sensação de "simpatia leve" e não de q ambos estão conhecendo de verdade um ao outro e se complementando com suas visões de mundo, hábitos, etc. O melhor demonstrativo disso é a cena do restaurante, próximo do fim do filme, em q os personagens se olham sem falar nada por um longo tempo, mas não com um olhar de descoberta do outro, e sim com o olhar de quem mal liga pra situação, está ali por estar.

Na minha opinião, filmes intimistas sobre solidão devem procurar dar significado a pequenas situações e aproximação emocional gradual conforme a descoberta dos detalhes dos personagens acontece. Quero dizer q vc percebe os sentimentos dos personagens sobre suas próprias vidas, mas raramente vê isso em relação ao q um personagem sente pelo outro.

Reconheço q os atores fizeram o melhor q podiam. Não acho nem o Bill Murray e nem a Scarlett Johansson grandes atores, mas reconheço q se forçaram ao máximo ali. Deu uma sensação parecida com o q vi na atuação de Jet Li no filme "Hero", em q ele claramente não chegava perto da atuação de Tony Leung, mas vc via q ele estava extraindo o máximo q podia de si para ficar ao menos "bom".

Seria talvez um bom filme se fosse apenas sobre solidão individual, mas na relação de aproximação afetiva do casal, falha miseravelmente. Para terem uma idéia, sequer senti alguma coisa no desenlace final, q é o ponto "alto" da "emoção" do filme no tocante à parte romântica.
Loles
Eu até diria que você não deve ter sentido de alguma forma o que eles estavam passando e, por isso, não entendeu cenas.

Mas eu era bem mais novo quando assisti ao filme de pela primeira vez e amei cada cena.

Então deve ser falta de capacidade de absorver sutilezas mesmo.

Dúvida: a qual cena perto do fim você se refere? Se for uma que estou pensando (faz tempo que não vejo), então recomendo você parar com as drogas.
Sei lá, não me pareceu uma questão de falta de capacidade, como parece ser bem comum querer apontar nesse tópico. Acho que foi mais ligado ao subjetivo de gostar ou não gostar do método adotado, não acho legal sair vomitando diagnósticos sobre as capacidades alheias tão levianamente.

O que o Serge achou ruim funcionou pra mim. A solidão e o tédio deles é a conexão entre os dois, é o que gera empatia e torna a ligação deles tão forte. Os silêncios são justamente os momentos que dão sentido pro título do filme, "Perdido na Tradução".

A linguagem é naturalmente falha por ser a comunicação de algo inerentemente psíquico. É por isso que diálogos expositivos são uma merda. É tentando definir muito objetivamente um sentimento naturalmente intangível. Enxergar esses silêncios objetivamente poderia sugerir aqueles momentos constrangedores quando os envolvidos ficam desconfortáveis pelo silêncio, mas nesse contexto é justamente a falta de palavra que os conforte.
"Falta de capacidade de absorver sutilezas".

Ok, parei. Ad hominem só pq vc gosta do filme e eu não.

Eu sou bem sensitivo a esse tipo de coisa, e os momentos em q o filme acerta ao demonstrar sentimentos e pensamentos interiores estão bem claros. Agora, a relação do casal é oca e tem gaps bruscos entre momentos de intimidade e conhecimento mútuo e situações onde sequer parecem gostar/se importar com o outro.

Situações cotidianas nesse tipo de filme precisam ter significado. Mas o q se vê aqui é um autor tentando simular intimismo com um bocado de situações vazias e desconjuntadas, gerando apenas tédio. Toda vez q ele se mete a tentar desenvolver a relação do casal, é um desastre. Qdo tenta mostrar os dois sozinhos levando suas vidas, é bem melhor. E faz mais sentido tbm.
É pessoal de cada um se identificar ou não com aquilo. Nem todo mundo viveu ou quer viver sensações semelhantes.

Mas que foi construída uma relação complexa e isso foi trabalhado com muito zelo e delicadeza, não há o que discutir.

Dizer que é só um "tédio vazio" é quase um problema de falta de empatia mesmo. De não aceitar que e ser humano e as suas relações não tem um formato único (como essa baboseira idílica de "complementar" aí).

O filme transbordou humanidade.
Baboseira é querer enxergar mais em algo q não transmite nada. Ou ao menos nada de relevante para a construção do personagem. Não é q toda cena precisa fazer isso, tem momentos q são só acessórios, servem como transição entre uma situação e outra. Mas é absurdo q, por exemplo, o Bob se despeça dela no saguão do hotel e, ao pegar o elevador, ela faça uma expressão genérica, sem qualquer traço de melancolia ou o sentimento q fosse. Só pra dali a dois minutos ele sair do táxi e ir falar no ouvido e ficarem ambos emocionados.

Absurdo tbm querer q eu ache q transbordou humanidade ir pra uma festa onde rola strip adoidado (e os dois são casados) e os dois se comportam como se não fosse nada.
Wander escreveu: (08-04-2017, 12:23 AM)Baboseira é querer enxergar mais em algo q não transmite nada. Ou ao menos nada de relevante para a construção do personagem. Não é q toda cena precisa fazer isso, tem momentos q são só acessórios, servem como transição entre uma situação e outra. Mas é absurdo q, por exemplo, o Bob se despeça dela no saguão do hotel e, ao pegar o elevador, ela faça uma expressão genérica, sem qualquer traço de melancolia ou o sentimento q fosse. Só pra dali a dois minutos ele sair do táxi e ir falar no ouvido e ficarem ambos emocionados.

Absurdo tbm querer q eu ache q transbordou humanidade ir pra uma festa onde rola strip adoidado (e os dois são casados) e os dois se comportam como se não fosse nada.

Exato, você está analisando e procurando um casal e relacionamento do seu imaginario, e não o que foi mostrado.

O grande mérito do filme foi apresentar delicadamente um relacionamento humano complexo, verossímil e interessante.

Na vida real, as despedidas e os encontros/rolês ocasionais se parecem muito mais com esses do que com os do seu ideal platônico e/ou bucólico, de acordo com as suas "sugestões".

As pessoas tem contradições.
Meu filme favorito desse estilo é Siworae. Ali vc vê exatamente o oposto desse filme. Qdo falei de complementar o outro, me lembrei principalmente desse filme. O rapaz do filme tem hábitos mais reservados, o hobby dele é sair pra caminhar e, no final, beber um vinho especial. Ela tem uma personalidade q busca mais a alegria, por isso lhe sugere beber cerveja e ir na montanha-russa logo em seguida. Daí eles sugerem trocar de hobby por um dia e depois dizem o q acharam.

Isso é um exemplo de como complementar, pois duas personalidades distintas aprendem maneiras diferentes de enxergar a realidade.

Mas num filme em q um monte de cenas são desperdiçadas em vez de usá-las para construir os personagens, é isso q acontece, tédio, vazio, ausência de mensagem.
kyoscaum escreveu: (08-04-2017, 12:31 AM)Exato, você está analisando e procurando um casal e relacionamento do seu imaginario, e não o que foi mostrado.

O grande mérito do filme foi apresentar delicadamente um relacionamento humano complexo, verossímil e interessante.

Na vida real, as despedidas e os encontros/rolês ocasionais se parecem muito mais com esses do que com os do seu ideal platônico e/ou bucólico, de acordo com as suas "sugestões".

As pessoas tem contradições.

É pq o mostrado é raso com a desculpa de um pretenso "realismo". Personagens q não reagem emocionalmente ao q acontece. Daí dois minutos depois tem uma reação incompatível com o q sentiam até então.

E dizer q pessoas tem contradições é uma desculpa vaga demais.
Sem construção de personagens Loles

Vazio, ausência de mensagem Loles
raso Loles

não reagem emocionalmente Loles

Até eu que sou muii fã de atuações teatrais sei perceber algo mais sutil. Especialmente se bem feito como foi. Os atores eram os donos ds cena, controlavam o espaço e os diálogos formidavelmente. O comando do tempo ritmo foi fundamental para o sucesso do filme.

Veja novamente e aprecie, em vez de tentar procurar outro filme com outros personagens.
A idéia desse filme de personagens humanos e realistas é um ficar olhando pra cara do outro por minutos sem dizer nada e com uma expressão genérica. Em vez de, através da troca/ conflito de experiências, construir personalidades.

Mas... Kyosque, ne, gente Crylol

No mais, discussão um tanto qto inútil pq, a partir do momento em q não se pode apresentar evidência de desenvolvimento do personagem de uma maneira minimamente objetiva (ou seja, provando q ação X teve efeito Y), cai-se num subjetivismo abstrato, ou seja, qualquer coisa pode ser desenvolvimento, desde q eu queira q seja. É como aquele quadro em branco q o "artista" jura q quer representar alguma coisa.
Sinais nítidos: interesse, necessidade de atenção, carinho, compreensão, ciúmes, desejo, respeito e, novamente, carinho.

As restrições que limitam a exposição mais clara destes sentime tbm são tão claríssimas (casamento, insegurança).

Não é pq a pessoa se abre para um caso que ela não tem consciência pesada. Ou mesmo se a pessoa não se abre exatamente, mas as coisas vão acontecendo, tbm pode agir defensivamente a depender do contexto.

O final é sensacional.
O q eu to tentando demonstrar é q muitas dessas impressões são subjetivas. Tem cenas em q eles expõem um pouco o q sentem, mas tem cenas em q isso é 100% vago e dependente de interpretação pessoal. E tem cenas em q o esforço de se demonstrar qualquer emoção é zero.

Daí beleza, quem sou eu pra dizer q outro indivíduo está errado por ver assim. Mas o oposto é igualmente válido, sujeito pode alegar q não viu nada ali e tbm estará perfeitamente certo. Não to falando da despedida. Ali é óbvio q rolou alguma emoção. Mas no restaurante é subjetivo por exemplo. E tbm não é pq alguma emoção existe q ela é interessante ou relevante pra construção do personagem. Exemplo: a Charlotte vê uma japonesa andando com roupas tradicionais e fica curiosa. Mas a cena não deixa de ser irrelevante por isso. Não construiu nada.