08-04-2017, 02:25 AM
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Qual o último filme que você assistiu? 4: O Retorno
Homossexual Edition |
08-04-2017, 02:25 AM
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08-04-2017, 02:26 AM
Wander escreveu: (07-04-2017, 10:04 PM)snipSeje, acho que esse é um daqueles casos em que uma opinião pode estar errada. Não o fato de você não gostar do filme, claro, mas o fato de você não ver as reações, as emocões transbordando em cada microexpressão de ambos e concluir que o filme é desprovido de mensagem ou, pior, tem mensagens contraditórias. Alguns momentos que dizem muito sem dizer nada que me recordo: A risada espontânea da Scarlett (porque aqui tenho até dúvidas se foi mesmo a personagem ou a atriz quem reagiu) quando ela encontra o Bob na saída da piscina. A descontração e, por que não, provocação da Charlotte ao Bob enquanto canta no karaoke. E a reação deste, um misto de felicidade e melancolia, pelo que é e pelo que nunca será. Como um sorriso inocente da Charlotte sutilmente se transforma em um sorriso triste quando algum pensamento (provavelmente sobre o futuro e a fugacidade daquele momento) sink in. O apoiar de cabeça, tranquilo, confiante, da Charlotte no ombro do Bob, após a sessão de karaoke. O suspiro "cansado", resignado, do Bob ao colocar a Charlotte para dormir. O sutil toque do Bob no pé da Charlotte enquanto ambos dividem a cama, como uma tentativa de estabelecer um contato, físico e emocional, mas nunca overstepping the boundaries (reais ou não). A reação de ciúme da Charlotte e a tentativa de velá-la depois que o Bob sucumbe a um avanço estritamente carnal (e esse sim, vazio) da cantora do hotel. O beijo, singelo, até inocente, de despedida, entre os dois, com um significado tão poderoso para aquelas duas pessoas que provavelmente nunca mais se verão mas jamais esquecerão daquele período no Japão, perfeito e idealizado, que nunca será replicado e nunca será alcançado por eles em suas vidas reais dali para frente. Enfim, essa budega realmente me toca pela conexão sutil, gradual e extremamente profunda (ainda que potencialmente fugaz) que essas duas almas perdidas, vulneráveis a sua própria maneira, criaram nesta bolha no espaço tempo, algo que eles realmente precisavam, alguém com quem pudessem compartilhar esse momento de total isolamento e solidão, ainda que cercados de tantas pessoas. Toda vez que penso ou revejo esse filme eu sinto potencialmente a mesma melancolia que ambos teriam sentido e sentiriam até hoje, após terem vivido aquele Momento (com "M" maiúsculo). É uma reação parecida, ainda que aqui seja exponencialmente maior, com a que tenho reassistindo "Breakfast Club" e penso no que acontecerá com aqueles personagens depois do fade out, o que será deles na "segunda-feira". Eu não vou falar para você assistir de novo, não vou falar que você "não entendeu", mas eu realmente acredito que você não pegou as nuances das reações, a crueza das emoções evocadas com microexpressões e, com isso, não se conectou e/ou simpatizou com ambos e com a forma com que a história é contada. Uma pena.
08-04-2017, 09:17 AM
"não vou falar que não entendeu".
Aí diz que não "pegou" O seje não entendeu mesmo. Ele queria um filme cheio de discursos Shakespeare-like onde o cavaleiro medieval sofre por deixar de cortejar a donzela, já prometida a outro, porque é casado. Enquanto isso, ela declama poemas sobre a angústia e a incerteza do casamento e pede a deus para se libertar da tentação. Só assim deixaria de ser "subjetivo" para ele, que nem um filminho pop desses conseguiu entender.
08-04-2017, 01:16 PM
Eu me pergunto o seguinte: q tipo de paixão é essa em q nenhuma das partes jamais demonstra qualquer sentimento maior em relação ao outro, nem qdo um deles está sozinho?
O q vcs se recusam a entender é q o filme funciona qdo trata das emoções deles no plano individual, mas nunca convence de q há um laço maior do q uma amizade ou simpatia leve entre os dois. E o pior de tudo é dar tanta importância pra coisas tão pequenas e inexpressivas. "A risada espontânea da Scarlett qdo o encontra na piscina". Sim, isso é sinal de amor mesmo, não é só uma risada. É lógico q eles eram pessoas em casamentos monótonos num país estrangeiro, q se juntaram por se sentirem sozinhas, entediadas, infelizes. É lógico q eles se divertem juntos. Mas é uma relação onde só fica claro q há interesse romântico no final, pq ele vai até ela, fala no seu ouvido e a beija. Só q essa atitude precisava ter sido sustentada por elementos anteriores, algo q não ocorre. Novamente, colocar ela pra dormir com um suspiro cansado denota uma simpatia ou amizade, não prova q há amor/paixão algum(a). Mas o pior não é isso, é vir alguém ignorante como o Kyoscaum dizer q eu esperava q ele declamasse poemas ou suspirasse. Ou vir falar mal de filmes q nunca assistiu, o q é pior. Eu disse no review q, como filme de solidão, ele funciona. Até como uma demonstração de amizade, talvez. Mas não convence q há intenção romântica até muito tarde. Como já observei anteriormente, é absurdo q uma pessoa q significa algo para vc não gere sequer uma leve melancolia qdo vc sabe q tal pessoa irá embora. E querem q eu compre a idéia de q há amor? Ah, pára com isso, tchê. Romance intimista é beeeeeem outra coisa, é mostrar como o conhecimento dos personagens um pelo outro leva à descoberta do amor, não é um culto à trivialidade como esse filme faz. Não é dar importância a elementos q não transformam os personagens em relação ao seu estado inicial. Faltou talvez mais skills de atuação pro Bill Murray e a Scarlett como mencionei. Pq o Bill tem uma incapacidade de expressar tristeza ou melancolia, a cara dele nesses estados é sempre de "entediado, resignado". Aí fica complicado interpretar outra coisa. A Scarlett vai melhorzinho, mas a falha dela em expressar sentimento qdo tem a ver com o Bob acaba matando o filme. Especialmente em momentos q deviam ser o auge da emoção, mesmo q não houvesse uma única palavra. Não tô pedindo por contato físico. Isso não é necessário se a atuação for bem feita. To pedindo reações condizentes com as situações. Pq da forma como foi feito, vc só pode afirmar q há paixão baseado nas cenas finais e em uma interpretação subjetiva do tipo "eu quero q eles se gostem e pronto".
08-04-2017, 03:07 PM
E quem disse que é um caso de amor romântico, ou que era para ser?
A relação foi definida também pela cumplicidade entre eles. Sua visão de relacionamento é muito simplória. Ou você queria ver um ideal e o filme entregou algo humano.
08-04-2017, 03:30 PM
Deixe esse "humano" aí por sua conta, pois é apenas visão pessoal. Mas uma vez q o filme era para ser um romance, querer q não haja amor romântico é não entender o próprio cerne de uma história desse estilo.
08-04-2017, 05:28 PM
Vou assistir a essa merda só pra ver quem tá certo.
08-04-2017, 05:52 PM
08-04-2017, 05:53 PM
que filme é esse?
08-04-2017, 09:02 PM
Eu disse que assistiria e assisti.
Ega escreveu: (08-04-2017, 05:52 PM)to Está. Eu entendi o que o Serge quis dizer, mas discordo completamente. Os dois personagens são casados, não estão felizes em seus casamentos, estão em lugar estranho e estão entediados. A cabeça sai do lugar, você faz coisas que não faria. Aí que está o motivo da relação dos dois não ser romântica e bonitinha, eles sabem que tudo aquilo é no mínimo inapropriado, mas é mais forte que eles. O tempo todo é uma brincadeira de estar no limite de cruzar a linha mas não cruzar.
O que se passa no filme acontece em dias, o amor que você tá querendo achar entre os dois não surge rápido assim na vida real, ainda mais um amor que carrega a culpa de não poder existir. É um sentimento que nasce meio travado, nenhum dois dois pode se entregar completamente, cada momento sutil que demonstra esse sentimento tem que ser breve e vago. O Bob tinha esposa e filhos o esperando, 25 anos de casado não se joga fora e nem se aposta com uma mulher que você conhece tem menos de uma semana. A Charlotte tinha só dois de casada, não sabia o que ia fazer da vida e o cara não dava atenção pra ela (de que jeito se faz isso com uma mulher daquela, puta que me pariu). Vale a pena adicionar mais uma incerteza? Jogar fora um casamento que, apesar de não estar maravilhoso, é uma pequena certeza na vida dela? Já falaram em outros posts, tudo o que eles estavam curtindo ia acabar e eles sabiam disso. Por isso a melancolia no olhar dos dois, por isso a constante tentativa de fazer parecer que aquilo tudo não importava. Não devia importar, mas importava. Os silêncios entre os dois só se olhando é uma demonstração ótima do que é tudo aquilo, o olhar é muito mais sutil e discreto do que uma boa conversa. Ele se arrependeu imediatamente quando percebeu que tinha dormido com a cantora, não por causa do casamento dele, mas por causa da Charlotte. Ela sacou o que tinha acontecido, ficou com ciúmes mas não fez escândalo. Nenhum dos dois devia satisfação pro outro, mas aquilo machucou pelo simples fato de que algo estava sim rolando entre os dois. Não é a toa que as cenas mais honestas entre eles ocorrem depois disso, tava claro demais na cabeça deles que era especial. Não sei se você é casado ou tem namorada, Serge, mas qualquer pessoa que dê valor pro seu relacionamento não vai agir espontaneamente quando se encontrar em uma situação daquela. Toda a "falta de romantismo" entre os dois torna palpável o conflito que passa na cabeça deles. O charme de tudo aquilo vem de como eles agem (ou deixam de agir). É extremamente mais fácil simpatizar com dois quando se observa que eles não tacaram o foda-se pras suas vidas e viveram felizes para sempre, porque isso não faria sentido. A gente é um bicho complicado pra caralho e o modo como nos relacionamos é mais complicado ainda. Ainda bem que vocês começaram a discutir sobre esse filme, gostei muito.
08-04-2017, 09:39 PM
Ponto para o Shimizu.
E reforço o aspecto que mencionei da cumplicidade. Talvez outro sentimento muito forte que rolava entre os dois e que tornava a relação complexa e interessante.
08-04-2017, 09:46 PM
Por sinal, acabei de ver Ghost in the Shell em 3D Imax. PUTAQUEPARIU, que filme foda. A historinha é mais mastigada e tal, mas caralho, que direção de arte.
Falando nesses blockbusters: as melhores cenas de ação que vi desde Mad Max, a arte que mais me impressionou visualmente no cinema desde Sin City e o melhor uso do 3D desde Avatar, imo. Um lindo e detalhado universo cyberpunk, pqp! Nem vou dar mais corda sobre o delírio que é reclamar de whitewashing. É um não problema inventado por gente imbecil. 8/10 (com viés de alta, pois quero rever)
08-04-2017, 09:47 PM
nem vi, porém:
08-04-2017, 09:53 PM
Shimizu escreveu: (08-04-2017, 09:02 PM)qualquer pessoa que dê valor pro seu relacionamento não vai agir espontaneamente quando se encontrar em uma situação daquela. Toda a "falta de romantismo" entre os dois torna palpável o conflito que passa na cabeça deles. O charme de tudo aquilo vem de como eles agem (ou deixam de agir). É extremamente mais fácil simpatizar com dois quando se observa que eles não tacaram o foda-se pras suas vidas e viveram felizes para sempre, porque isso não faria sentido. A gente é um bicho complicado pra caralho e o modo como nos relacionamos é mais complicado ainda. Ainda bem que vocês começaram a discutir sobre esse filme, gostei muito. Rapaz, não sei onde vc me viu dizer q eu queria q eles tacassem o foda-se e fossem viver juntos. Pelo contrário, é muito comum nesse tipo de filme o casal não ficar junto no final. Tô bastante acostumado com isso. Mas é q, sei lá, eu esperava q ao menos nos momentos de solidão absoluta, algum deles demonstrasse alguma coisa a mais, mesmo q ninguém mais fosse ver. Eu gosto bastante qdo o filme trata da solidão individual de cada um, por exemplo, qdo ela tá falando com a (família? Acho q era) pelo telefone e, apesar de estar chorando, a pessoa do outro lado nem percebe nada e continua tagarelando, normal. Anyway, não é um mau filme, só não é o q eu esperava encontrar.
08-04-2017, 10:42 PM
Hackearam a conta do quiosque?
08-04-2017, 10:46 PM
Wander escreveu: (08-04-2017, 09:53 PM)Rapaz, não sei onde vc me viu dizer q eu queria q eles tacassem o foda-se e fossem viver juntos. Pelo contrário, é muito comum nesse tipo de filme o casal não ficar junto no final. Tô bastante acostumado com isso. Eles demonstram o conflito nos momentos de solidão. Ela olha as fotos do marido, talvez pra tentar se reconectar com ele emocionalmente já que as coisas estavam tomando um rumo perigoso. O Bob tinha a mulher enchendo o saco enquanto ele estava sozinho, mas o conflito aparece quando ele nega que se divertiu e quando ele pensa em mudar seus hábitos, como começar a comer comida japonesa. ossa cabeça lida de maneira estranha com essas situações. O filme mostra o algo a mais que você tá pedindo nesses momentos, mas não de maneira direta. Talvez eu ter acabado de sair de um relacionamento que vinha mal por um tempo tenha feito eu me identificar com várias atitudes deles mais facilmente. Muitas vezes você cogita trocar o que era bom mas agora tá capengando por algo mais gostoso e sem compromisso, de recompensa quase imediata. Só que perder o que você já tem por algo efêmero como o que tava rolando com eles no filme gera um conflito e uma insegurança muito grande, é difícil ser sincero consigo mesmo nessas horas. Talvez isso tenha feito os personagens não terem os momentos que você esperava.
09-04-2017, 12:32 AM
assisti "Ghost in the Shell", pq idolatram tanto essa animação? achei chato pra caralho
09-04-2017, 12:35 AM
bio fala que o goty de 95 é chato, quiosque diz que a versão tosca de Hollywood é fantástica brom fórum
09-04-2017, 12:40 AM
09-04-2017, 09:52 AM
kyoscaum escreveu: (08-04-2017, 09:17 AM)"não vou falar que não entendeu".Então, vendo a insistência no ponto de "amor romântico", até reviso meu comentário e digo que ele, de fato, não entendeu o filme, mas há uma diferença no que eu disse originalmente, sim. No frigir dos ovos, o que teria faltado a ele foi simplesmente uma conexão com a história e os personagens, se você não "compra" aquela relação, realmente fica difícil se importar com o que acontece na tela. No mais, boas impressões do Shimizu. |
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