18-02-2016, 08:22 PM
Rodrigo Rey escreveu: <div align="center"></div>
A Realm Reborn
Por anos tive bastante preconceito com esse jogo por ser MMO, imaginando que se tivesse alguma campanha, seria bem rasa... por outro lado um monte de gente parecia viciada nele e elogiava horrores, algo que parecia não fazer sentido nenhum, até que ganhei ele recentemente e resolvi jogar em ritmo acelerado pra terminar antes do fim dos 30 dias de cortesia, com pressão de tempo maior que do Lightning Returns
A primeira surpresa não é do jogo em si, mas ver que ele se instala de forma completa no PS3 e elimina a necessidade de disco, então ele é mero instalador, o que é uma decisão acertada pra um jogo que vai durar centenas de horas... depois de trocentas horas instalando e atualizando, ainda tem um tanto de burocracia com o sistema chato da Square que só não supera o do online do MGS4, e quando finalmente consegue iniciar, ainda tem que ter paciência pra criar o personagem no servidor desejado, ufa
Logo de início a pessoa fica meio perdida com tantos huds e tutoriais em uma cidade enorme, mas é questão de tempo até que consiga se localizar e tudo fique mais natural... ao sair pra área externa e enfrentar os primeiros inimigos vai notar similaridade com o sistema do XII (além da ambientação e estrutura da cidade inicial), em que tem um sistema de action com tempo pra carregar golpes, como se fossem turnos, com habilidades mapeadas pra funcionar bem no controle
Não só o sistema e batalha se assemelha ao XII, mas também a história que é mais política que fantasiosa... nada de um vilão megalomaníaco que quer destruir o mundo, além do grande foco em reinos, alianças e estratégias na campanha, elementos medievais com máquinas futuristas fazem lembrar além do XII, o VI e IX, até porque a presença dos Magiteks é grande
Referências a todos os FFs é algo constante, ele é um enorme apanhado de homenagens muito bem encaixadas, sem parecer algo forçado ou deslocado, e posso destacar o mais famoso da franquia, o VII, com locais como Costa del Sol, Gold Saucer e Seventh Heaven presentes, além de alguns inimigos/summons... a soberba OST do mestre Uematsu também é bem presente e marcante, com remixes de músicas conhecidas e algumas inéditas com bons arranjos, destaque pro tema Answers que só de ouvir já lembra do fim do mundo daquela fracassada primeira versão
Visualmente ele tem uma arte muito boa, cada lugar parece único e tem uma iluminação provavelmente melhor que do LR
Sobre a campanha que pensei que seria curta, foi o oposto, nunca passei mais de 100 horas em um RPG, e nesse aconteceu mesmo sem eu ter perdido tempo enrolando, apesar da estratégia falha na escolha de classes que me fez gastar um tempo a mais upando do que deveria, mas não deveria influenciar a ponto de avançar tanto a contagem... a desvantagem é que até 75% da campanha a maioria das main quests são completamente irrelevantes e não parecem justificar a história, tendo que ir pra lá e pra cá fazer coletas, dançar pra membros de um vilarejo, preparar comida pros soldados, etc, e só perto do fim a história ganha força e as quests parecem fazer mais sentido
Além dessas quests desnecessárias, ainda é obrigado a perder tempo upando pra conseguir o level mínimo requerido pra avançar, já que não posso decidir ir underleveled e descobrir por conta própria que não dá pra avançar daquele jeito... inclusive aparecem os levels dos monstros de forma bem vistosa, algo que é bom, mas tira a magia de tomar porrada no primeiro encontro
O brilho mesmo ta nas dungeons e trials em que se se reúne com outras pessoas, nesse caso de forma obrigatória, já que pode jogar sozinho o tempo todo... cada um com a sua especialização, então o diálogo e estratégia são essenciais aqui, e se um membro falha com a função de proteger ou se posicionar, condena a party toda, e funciona muito bem até quase o fim do jogo, já que nas duas últimas os jogadores entram em modo full retard e param de se importar com os membros da party, só saem correndo de forma disparada e foda-se se alguém ficou pra trás, impossibilitando até de lutar contra chefes, já que a barreira se fecha 15 segundos depois do primeiro atravessar
O jogo oferece trocentas sidequests pra fazer, muitas genéricas, mas algumas muito interessantes, com alguma história por dentro, cutscenes ou retornando equipamentos valiosos, e assim como jogos ocidentais, são a melhor forma de upar o personagem a princípio, já que enfrentar monstros dá uma quantidade de xp insignificante... outras excelentes formas de melhorar o personagem são o FATE em que são batalhas random com tempo limitado, o LEVEQUEST que são quests geradas com foco em melhorar o level, quests focadas em profissão pra ganhar habilidades e equips, além de uma história quase tão boa quando a principal, marks estilo FFXII, duelos e uma infinidade de outras coisas
Achei ótimo o dinamismo e clareza das quests, não preciso falar com 3 pessoas diferentes em várias partes do mundo só pra começar e terminar as quests como no XII, o foco ta em fazer a quest em si, e o teleport presente a qualquer momento ajuda demais! por outro lado, é um porre a conexão influenciar na aparição dos npcs das quests, tenho que ficar rodando o cenário vários segundos até que ele magicamente apareça por ter carregado
Por fim, meio decepcionante o protagonista não ter uma linha de diálogo sequer, até faz sentido não ter dublagem, mas os personagens falam com ele e a resposta é com mímica, aí agem como se tivesse respondido algo profundo
Jogo mais que recomendado, seja pra quem quer viciar e ter milhares de horas, quanto pra quem só tem interesse na campanha, é bom demais ver um jogo que quebra a barreira das plataformas e unifica gente do PC e consoles