Puratina 115
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Steins;Gate
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A próxima deve ser Deadly Premonition
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Steins;Gate
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Minha primeira experiência com uma full blown visual novel e que experiência! Com um total de ~23h de leitura, o jogo me proporcionou toda sorte de reflexões com um tema que sou completamente apaixonado: viagem no tempo.
A história, em termos simples, acompanha Rintaro Okabe, um jovem que se auto proclama como o Cientista Louco Hououin Kyouma, uma fantasia nerd que permite uma espécie de escapismo e que, por acidente, acaba criando uma máquina que permite enviar e-mails para o passado e, com isto, mudar o presente.
Com uma série de discussões sobre viagem no tempo, abordando a pletora de teorias existentes sobre o assunto, determinismo, universos paralelos, universos "convergentes", self fulfilling prophecies, universos que se "auto-corrigem" para evitar distorções, enfim, o jogo leva seu tempo para estabelecer as regras bases do seu mundo, demorando, por este motivo, a engatar, tempo esse necessário, no entanto, para introduzir os elementos essenciais para a apreciação do jogador.
Não obstante tratar de um assunto que me é tão caro, o que mais me impressionou mesmo foi a forma com que o jogo lida com seus personagens e como eles acabam crescendo enquanto agem de forma "natural" dentro de uma narrativa fantástica. O próprio protagonista, um crianção otaku, delusional, começa irritante, completamente estereotipado, mas é impressionante como essa fachada é posta à prova e questionada, não só por ele mesmo como pelos demais personagens com que ele interage, à medida em que as repercussões nefastas da viagem no tempo começam a afetá-lo. Os personagens, em certa medida, agem como pessoas normais agiriam nas situações fantásticas em que se encontram, fazendo as perguntas certas, reagindo de forma natural, a despeito de serem um aglomerado de clichês.
A sua amiga de infância, Mayuri, por exemplo, é a típica menininha de anime airheaded, completamente alheia ao mundo à sua volta, precisando ser protegida a cada passo, mas que é exposta a situações que a faz quebrar o molde e ter momentos genuinamente emocionais, a despeito da minha vontade inicial de querer arrancar meu ouvido cada vez que ela abria a boca.
E assim o é com todos os personagens, o nerdão gordo otaku, a menina gênia com um temperamento (tsundere), a menina trap cuja voz mal consegue ser ouvida de tão desconfortável que se encontra na sua própria pele (dandere) e assim por diante. Todos os personagens ocupam um estereótipo que têm suas subversões aqui e acolá, suas idiossincrasias que são completamente auto-conscientes, mas que são eficazes na construção das relações e que, ao longo das dezenas de horas, se tornaram personagens com quem eu me importava. Mérito do jogo.
Se eu tivesse que resumir a história em dois motes, seria: aceitação e sacrifício. Todos os 6 finais, de algum modo, replicam estes temas e são alcançados através de algumas escolhas tomadas ao longo da narrativa (algumas mais óbvias que outras, algumas mais 'fora de personagem' que outras), com alguns destes finais sendo realmente incríveis (especial menção ao final 'ruim' da Suzuha). Dito isto, tive mixed feeling em relação ao "final verdadeiro".
Sem entrar em detalhes, a sensação que tive é que se trata de um final que, apesar de condizente com todos os elementos apresentados desde o primeiro minuto, soa como um cop out, um desfecho que ao amarrar todas as pontas, busca agradar o jogador que obteve a "vitória" no jogo, mesmo quando a sua narrativa já tinha tido o devido fechamento momentos antes, de maneira eficaz e, a meu ver, melhor alinhada com o resto da narrativa. Não é um final ruim, longe disso, mas é um final "fácil" para uma história que se mostrou, até ali, anything but.
Enfim, adorei e vou tentar assistir o anime que, pelo que me parece, é idêntico à VN, suprimidos os desvios da história que levam aos finais "não verdadeiros".
8/10. Would Time Travel again.
A história, em termos simples, acompanha Rintaro Okabe, um jovem que se auto proclama como o Cientista Louco Hououin Kyouma, uma fantasia nerd que permite uma espécie de escapismo e que, por acidente, acaba criando uma máquina que permite enviar e-mails para o passado e, com isto, mudar o presente.
Com uma série de discussões sobre viagem no tempo, abordando a pletora de teorias existentes sobre o assunto, determinismo, universos paralelos, universos "convergentes", self fulfilling prophecies, universos que se "auto-corrigem" para evitar distorções, enfim, o jogo leva seu tempo para estabelecer as regras bases do seu mundo, demorando, por este motivo, a engatar, tempo esse necessário, no entanto, para introduzir os elementos essenciais para a apreciação do jogador.
Não obstante tratar de um assunto que me é tão caro, o que mais me impressionou mesmo foi a forma com que o jogo lida com seus personagens e como eles acabam crescendo enquanto agem de forma "natural" dentro de uma narrativa fantástica. O próprio protagonista, um crianção otaku, delusional, começa irritante, completamente estereotipado, mas é impressionante como essa fachada é posta à prova e questionada, não só por ele mesmo como pelos demais personagens com que ele interage, à medida em que as repercussões nefastas da viagem no tempo começam a afetá-lo. Os personagens, em certa medida, agem como pessoas normais agiriam nas situações fantásticas em que se encontram, fazendo as perguntas certas, reagindo de forma natural, a despeito de serem um aglomerado de clichês.
A sua amiga de infância, Mayuri, por exemplo, é a típica menininha de anime airheaded, completamente alheia ao mundo à sua volta, precisando ser protegida a cada passo, mas que é exposta a situações que a faz quebrar o molde e ter momentos genuinamente emocionais, a despeito da minha vontade inicial de querer arrancar meu ouvido cada vez que ela abria a boca.
E assim o é com todos os personagens, o nerdão gordo otaku, a menina gênia com um temperamento (tsundere), a menina trap cuja voz mal consegue ser ouvida de tão desconfortável que se encontra na sua própria pele (dandere) e assim por diante. Todos os personagens ocupam um estereótipo que têm suas subversões aqui e acolá, suas idiossincrasias que são completamente auto-conscientes, mas que são eficazes na construção das relações e que, ao longo das dezenas de horas, se tornaram personagens com quem eu me importava. Mérito do jogo.
Se eu tivesse que resumir a história em dois motes, seria: aceitação e sacrifício. Todos os 6 finais, de algum modo, replicam estes temas e são alcançados através de algumas escolhas tomadas ao longo da narrativa (algumas mais óbvias que outras, algumas mais 'fora de personagem' que outras), com alguns destes finais sendo realmente incríveis (especial menção ao final 'ruim' da Suzuha). Dito isto, tive mixed feeling em relação ao "final verdadeiro".
Sem entrar em detalhes, a sensação que tive é que se trata de um final que, apesar de condizente com todos os elementos apresentados desde o primeiro minuto, soa como um cop out, um desfecho que ao amarrar todas as pontas, busca agradar o jogador que obteve a "vitória" no jogo, mesmo quando a sua narrativa já tinha tido o devido fechamento momentos antes, de maneira eficaz e, a meu ver, melhor alinhada com o resto da narrativa. Não é um final ruim, longe disso, mas é um final "fácil" para uma história que se mostrou, até ali, anything but.
Enfim, adorei e vou tentar assistir o anime que, pelo que me parece, é idêntico à VN, suprimidos os desvios da história que levam aos finais "não verdadeiros".
8/10. Would Time Travel again.
A próxima deve ser Deadly Premonition
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