24-04-2024, 09:08 PM
(Última alteração: 24-04-2024, 09:11 PM por viceprince.)
Wander escreveu: (24-04-2024, 08:35 PM)Na literatura de ficção, existe um elemento crucial q é o eu lírico. Não se pode imputar a um autor, no exercício da escrita da sua obra, acusações de ser racista, pedófilo, xenófobo ou qualquer outro julgamento moral pq a voz q fala dentro da obra é a de um personagem ficcional chamado eu lírico, independente de ser uma narrativa em terceira ou primeira pessoa.Sim, no caso do Lovecraft é sabido que ele era racista por outras coisas de sua biografia, mas usei esse exemplo exagerado porque não acho que dá para atribuir ao leitor uma característica intrínseca à uma obra de ficção que ele gosta (em questão de gênero ou autor).
Obviamente q podemos achar uma obra de mau gosto, mas a voz q fala na obra não é a do autor e sim de um personagem imaginário.
Muitas vezes essa relação de consumo é contrária do que se presume como perfil satisfeito por esse fetiche, por exemplo, o público feminino tem interesse grande no consumo de histórias de serial killer ou suspense ao passo que na realidade estão entre o grupo que mais são vítimas desse tipo de violência. Existem hipóteses de que o medo mais frequente e uma sensação inconsciente de necessidade de conhecer mais sobre esse tipo de agressor (como autodefesa) pode ter alguma relação ao maior interesse desse demográfico por esse tipo de gênero.
ps: relendo seu post lembrei do Augusto dos Anjos, que fazia poesia mórbida, sobre morte, cadáver, podridão e aparentemente (até a época que estudei pelo menos) parecia um sujeito com biografia absolutamente normal.