Qual é o último jogo que você zerou e o que está jogando agora?
Jogaço da porra fi, um dos melhores opun warudo que tá teno

Requotando minhas impressões da época que joguei, grande demais pra ler e resumir, pregui:

Citação:Antes de mais nada, pra ser o melhor open world da sonia não precisa ser bom. Importante deixar isso claro.

DITO ISSO, é bom também, pelo menos pro que eu prefiro em jogo open world, que é espaço negativo. Open world geralmente tem conteúdo demais, usa o mapa como uma caixinha de brinquedo de criança que é atolada de merda e se você tira um cai um monte de coisa pros lados, é atividade a cada 5 segundos, tudo repetido, só pra falar que tem 900 horas de conteúdo. Tsushima te deixa respirar.

É uma quantidade razoável de quests, atividades e colecionáveis, o que não só eleva a qualidade média delas, mas também força eles a melhorar o loot médio, deixando mais recompensador de fazer em termos mecânicos. Não tem conteúdo o bastante pra lotar de "ataque fraco usado depois das 4 horas da tarde tem buff de 0.39% de dano", você pega o charm que te dá 15% de chance de negar dano em qualquer hit, um set de arqueiro que te dá refund de flecha no headshot, charm que dobra os materials que você pega de loot, é tudo um upgrade considerável, você sente o efeito na hora.

E como tem a opção de criar loadout que você atrela um conjunto de charm a um set específico, você tem várias "builds" com diferenças consideráveis que vale a pena estar sempre trocando entre elas dependendo do tipo de situação que se encontra.

O combate é surpreendentemente bem balanceado também, no geral eu acho que o combate de GOW 2018 é melhor, mas tu joga no Give me God of War e as primeiras horas são absurdamente quebradas de difíceis, totalmente desbalanceadas, e as últimas horas são sonolentas no auto pilot, Tsushima na maior dificuldade tá sendo justo desde o começo, e desafiador até agora. Você sente seu personagem ficando mais forte pelos upgrades significativos e o moveset se ampliando seja por investir pontos ou liberar habilidades em quests, mas o jogo vai introduzindo inimigos e escalando os encontros pra não ficar braindead e conseguir continuar te batendo. Inclusive eu até comentei no começo da jogatina que não via razão no gameplay pra usar stealth, que a história parecia forçada pelo desafio não acompanhar o drama que eles faziam, mas mais de 30 horas depois isso mudou, e eu uso bastante por necessidade mesmo. Normalmente seria o oposto.

Ainda na questão do jogo te deixar respirar, é um jogo que não fica querendo te empurrar pra fazer todo tipo de merda no mundo, o HUD é mínimo, ele tenta te guiar com elementos do jogo (que são só waypoints disfarçados, sim, mas só de tirar seu olho de ficar grudado em minimapa já é uma vitória), mas mais importante é que ele não fica te importunando por coisa que deixou passar. Se você não chega perto do objetivo ele não vai nem aparecer como "?" no mapa, o jogo tá mais que contente em te deixar achar que a sua experiência está sendo completa, independente do quão preciso seja o sentimento.

Muito pela questão das inspirações do jogo de filmin japorongo, os estilos de narrativa e apresentação que eles tentam transmitir também ajudam a sustentar toda a questão de ser um jogo mais esparso e "reflexivo", tem muito momento que a atividade e a recompensa são só tirar uns minutinhos pra olhar pro cenário e considerar o que tá rolando na ilha, não necessariamente no sentido de flashback de evento do jogo, mas as mudanças no estilo de vida deles forçadas pela guerra e como a ilha em si se modifica um pouco, mas permanece imóvel. É um joguin que te manda fazer haiku e te dá uma bandana como recompensa e chama isso de quest, sereno demais.

É uma tradução bem competente pra videogame da questão de "framing" que você vê tão presente em quadrinhos, e como é mais comum em mangá a transição "aspect to aspect" em vez do mais linear "action to action", onde não fica exatamente claro quanto tempo está passando de um quadro pro outro, porque a preocupação é em estabelecer um lugar, e uma sensação do habitar o lugar, e não objetivos e ações tomadas para alcançar os objetivos.

A main story ironicamente deixa isso um pouco de lado e vai mais pra um "os fins justificam os meios?", msa talvez não por acaso seja a parte menos interessante do jogo. Lol

Pra contexto, o tipo de open world que eu mais gosto são os que geralmente são criticados por serem "vazios" pelo povo que costuma curtir os que eu detesto. Shadow of the Colossus, Mafia II, Dragon's Dogma, FFXV e por aí vai. Também gosto muito de AC II e RDR1, que foram extremamente elogiados, mas comparados com os de hoje em dia seriam considerados bem "vazios" também se fosse lançado um jogo do mesmo jeito.

O maior diferencial de um open world pra um jogo linear, pro bem e pro mal, é a PLACA TECTÔNICA que te dão pra se movimentar, permitindo viagens bem mais longas do que fariam sentido em fases isoladas, mas a maioria dos jogos tem medo de deixar o jogador curtir esse espaço negativo, e enfia tanto conteúdo por metro quadrado quanto teria em um jogo linear, e aí é impossível não fazer a comparação direta e notar o quão inferiores o level design e as mecânicas costumam ser comparados com um jogo linear de mesmo porte.

Imagina o momento Far Away de RDR1 mas com seu primo te ligando pra jogar boliche e um monte de NPC na beira da estrada berrando pra você parar pra fazer uma quest repetida. Emotion

Acho que eles deveriam ter se contentado com um pouquinho menos de conteúdo, e o jogo deveria ter sido um tanto mais curto, acho que eu já deveria ter zerado com a quantidade de horas que tenho atualmente, e no fim das contas isso vai impedir ele de entrar no grupo dos GRAMDES, mas ainda tá entre os open world que mais gostei em muito tempo.

Também gosto como tanto os objetivos de curto quanto os de longo prazo são distantes o suficiente pra justificar todo o rolê que você dá durante o jogo, você realmente precisa forjar alianças e os caralhos pra poder fazer alguma diferença na guerra, não sinto aquele "o mundo vai acabar e ela só quer dançar" tão comum em open world.

Jogue no Lethal, muito bem balanceada, raro caso de ocidental que sabe fazer dificuldade Critical.

O DLC é meio merda, não vai perder nada se ignorar, mas é feito pensando em ser post game, então pode zerar primeiro e depois decidir se quer fazer. O final da campanha é foda pra caralho, puta merda.


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RE: Qual é o último jogo que você zerou e o que está jogando agora? - por Gbraga - 18-05-2024, 07:00 PM