100 days with Mr. Arrogant é um clone de My Sassy Girl feito na Coréia do Sul em 2004. A parte de comédia do filme funciona bastante bem, pois a guria q escolheram pra ser a nova "sassy girl" tem carisma, é engraçadinha e interpreta uma porção de situações divertidas. E para dar uma variada, eles colocaram desta vez a mocinha pra sofrer nas mãos do cara e não o contrário como foi em My Sassy Girl.
E assim como em MSG, eles se conhecem de uma forma bem incomum: Ha-Yeong é uma estudante q, um dia, andava distraída pela rua e acabou chutando uma latinha de refrigerante, a qual bateu na cabeça de Hyung-Jun, um ricaço q andava com seu carrão por aí. Isso fez com q ele batesse o carro de leve e sofresse um acidente. Então, como ela não tinha dinheiro para pagar pelo conserto, Hyung-Hun a obriga a assinar um contrato em q ela será sua escrava (não sexual, acalmem-se
) por 100 dias, pois segundo ele, só assim lhe pagaria os 3000 supostamente necessários pra consertar o dano na pintura. E bem, é a partir daí q Ha-Yeong passa por diversos maus bocados, tendo q arrumar a casa do rapaz antes q o pai dele chegue, servindo-o, carregando suas compras, etc.
E é com os gags humorísticos e peripécias q a primeira parte do filme se passa, mas na segunda, o habitual twist romântico toma lugar qdo os 100 dias acabam e os dois se separam.Bom, pessoalmente, acho o conceito em si excelente e uma das forças da fórmula My Sassy Girl de ser é q vc vê todo o desenvolvimento da amizade e a gradual aproximação do casal até o ponto em q a separação os leva a perceber os sentimentos q têm um pelo outro, gerando situações muito naturais e intensamente românticas, mas o problema em 100 days with Mr. Arrogant é precisamente essa parte, por alguns motivos q explicarei logo a seguir.
Primeiro q 1 hora e 35 minutos não é uma duração suficiente pra desenvolver esse tipo de relação complexa de forma natural. Sim, pq apesar de toda a aura descontraída, My Sassy Girl fazia algo extremamente difícil q era pegar dois personagens essencialmente cômicos e nos convencer de q eles poderiam ser sérios e maduros, mudando o tom engraçado da relação para algo mais dramático com naturalidade impressionante. E é esse equilíbrio q falta a 100 days.
A atriz principal faz um bom trabalho, mas o seu par é fraquinho demais para nos convencer de q o personagem mudou, sofreu, se apaixonou, etc. Simplesmente fica uma mudança brusca e deslocada do q tínhamos visto até então, sem momentos aqui e ali mostrando a transformação dos dois. Por exemplo, em My Sassy Girl, tínhamos um momento em q o protagonista cuidava com carinho da garota e ela o defendia das acusações da mãe, essas pequenas cenas davam uma idéia de q eles estavam aos poucos se sentindo diferentes um em relação ao outro. Aqui é tipo "comédia total na primeira hora" e "romance total na segunda" sem quaisquer elementos q façam uma ponte crível entre as duas partes da história. Fora q para um filme q pretendia ser um My Sassy Girl 2, faltou ter momentos de paródia de outros filmes tbm. Ficou um resultado pobre em relação à obra q ele pretendia emular.
A OST é outro ponto, pois aqui não há nenhuma música clássica de Pacheabel q dê o tom mais poético q a história pedia na segunda metade nem um equivalente ao tema cantado "I Believe".'Aliás, de OST, só me lembro de uma versão coreana de "I will survive", a qual casa bem com a parte engraçada da história, q é boa.Só resumindo, é um bom filme e vale a pena ver, pois ainda é divertido e alto-astral, tem uma boa originalidade na parte de comédia e alguns gags interessantes, mas fez muita falta ter mais tempo pra desenvolver e equilibrar melhor a relação do casal, bem como mais paródia e porralouquice descontraída a la MSG, além de faltarem elementos q convençam o público da transformação psicológica q levou à parte romântica a aventura.
Mas na minha opinião, se querem um digno "My Sassy Girl 2" q faça jus ao peso da obra q tenta imitar, deveriam ver Windstruck, do mesmo realizador e interpretado pela mesma atriz, pois este sim mostrou como, mesmo sem apelar pra uma temática semelhante, pode-se conseguir um resultado bem parecido tanto em comédia qto em romance.